hoje vou nanar com todas as personagens que já criei.
28/02/13
vivre sa vie
phot. by Mikael Vojnovic
Não sei se me perco no teu silêncio
Ou se me afogo no mar de palavras que continuo a guardar para ti.
27/02/13
26/02/13
a curta mais curta de sempre
phot. Edouard de Paris
vou fazer, para ti,
a curta mais estupidamente curta de sempre.
com 4 planos apertados. com luz natural.
só com os meus cabelos.
não me corrija
phot. by Alexander Polyakov
Não me corrija. A pontuação é a respiração da frase, e minha frase respira assim.
E se você me achar esquisita, respeite também. Até eu fui obrigada a me respeitar.
(clarice lispector)
25/02/13
coisas pequenitas
Gosto da palavra “pequenito”.
Gosto igualmente de coisas pequenitas.
Um berlinde, louça de brincar com bonecas, o Fiat 500, o Prince, a minha irmã Kiki e a minha gata Nina.
Kim & cats
Eliot Elisofon - Actress Kim Novak playing with some Siamese cats
who performed with her in Bell, Book and Candle, 1958
22/02/13
e sou e sou e sou
e sou uma miúda
e gosto de chiclets
e gosto de fazer bolas
e gosto de fazer o que me dá na real gana
e gosto de acreditar em coisas cor de rosa
e não sei se cor de rosa tem traços no meio
e não quero saber
e sou e sou e sou
isto tudo e tudo o resto também.
21/02/13
miss
Às vezes dóis-me. Dóis-me tanto. Na pele. E debaixo dela.
E debaixo de qualquer bocado de tudo que não é pele
mas que é de mais profundo.
Nas células
e no sangue que vai aos cantos mais esconsos de mim.
A dor que me dói assim tem o nome de saudade.
poema por olho
Vou oferecer-te dois poemas.
Um em cada olho.
Um que seja pequenino. Outro que seja extenso.
Um vermelho. Outro brilhante.
Um que pisque. Outro que morda.
Vou oferecer-te dois poemas.
Porque me apetece. E porque os sei escrever.
o teu dedo
felicidade é aquele bocadinho de pintura esquecido, no canto do olho,
à espera do teu dedo.
e do toque dele.
Uma música que me faz querer voltar aos palcos, tanto, tanto.
E deixar-me lá a namorar com a minha sombra.
E ficar-me lá a dizer texto para os projetores de recorte.
E abandonar-me ao pó à madeira do chão ao cheiro a figurinos.
E morrer-me aos bocadinhos em cada personagem.
E ressuscitar outra vez. E recomeçar tudo outra vez.
Porque o Teatro é morrer de cada vez que se acaba.
E nascer de cada vez que se começa.
I loves you Porgy, de Keith Jarrett.
20/02/13
diálogos de fevereiro com a luz pequenina acesa
- Porque é que cruzas as mãos aí assim?
- Aí assim como?
- Aí assim em cima.
- Se quiseres posso cruzá-las cá em baixo. (risos)
- Lá estás tu… Estou a falar a sério.
- Mas eu também,.. Só não entendo porque é que perguntas isso…
- Gosto de saber coisas. Sobre ti.
- Mas o que é que ficas a saber, sobre mim, pela forma como eu cruzo as mãos?
- Tanta coisa. Eu cá sei.
- Podias perguntar-me tanta coisa.
(pausa).
- Dá-me um beijo.
- Agora não consigo.
- Amuaste?
- Não!
- Ficas linda quando amuas.
- Não amuei.
- Então dá-me um beijo.
- Então diz-me porque é que cruzas as mãos aí em cima.
- Aí assim como?
- Aí assim em cima.
- Se quiseres posso cruzá-las cá em baixo. (risos)
- Lá estás tu… Estou a falar a sério.
- Mas eu também,.. Só não entendo porque é que perguntas isso…
- Gosto de saber coisas. Sobre ti.
- Mas o que é que ficas a saber, sobre mim, pela forma como eu cruzo as mãos?
- Tanta coisa. Eu cá sei.
- Podias perguntar-me tanta coisa.
(pausa).
- Dá-me um beijo.
- Agora não consigo.
- Amuaste?
- Não!
- Ficas linda quando amuas.
- Não amuei.
- Então dá-me um beijo.
- Então diz-me porque é que cruzas as mãos aí em cima.
Escondo-me atrás de coisas simples
Escondo-me atrás de coisas simples,
para que me encontres.
Se não me encontrares, encontrarás as coisas,
tocarás o que minha mão já tocou,
os traços juntar-se-ão de nossas mãos,
uma na outra.
yannis ritsos
Uma música que me faz ficar com cara de Alice.
Dentes afastados.
Narizinho de personagem de Manga.
Pequenina e magérrima.
Cabelos lisos, negros, encaracolados.
Pés ligeiramente metidos para dentro.
Vestidinho de chita acima do joelho, que é das coisas mais lindas, o joelho.
Perfume de campo. Vento nas ideias. Olhos marotos.
Feitio levado do diabo. Língua afiada.
Mas com o cinema todos. do mundo, nas mãos.
“A menina e o piano”, Laginha e Sassetti.
Narizinho de personagem de Manga.
Pequenina e magérrima.
Cabelos lisos, negros, encaracolados.
Pés ligeiramente metidos para dentro.
Vestidinho de chita acima do joelho, que é das coisas mais lindas, o joelho.
Perfume de campo. Vento nas ideias. Olhos marotos.
Feitio levado do diabo. Língua afiada.
Mas com o cinema todos. do mundo, nas mãos.
“A menina e o piano”, Laginha e Sassetti.
concerto em nós menor
Harper’s Bazaar 1948, by Lillian Bassman
Quero fazer um concerto a quatro mãos.
Pelo teu corpo. E depois pelo meu.
os enamoramentos
Ainda não tinha escrito sobre o livro “os enamoramentos” do Javier Marías.
É daqueles livros que apetece sublinhar e reler e reler e reler.
Uma música lenta, com vários corpos e vozes.
Vale muito a pena.
É belíssimo tratado sobre a vida e o amor.
É daqueles livros que apetece sublinhar e reler e reler e reler.
Uma música lenta, com vários corpos e vozes.
Vale muito a pena.
É belíssimo tratado sobre a vida e o amor.
19/02/13
Duas das músicas que me ligam, automaticamente, o interruptor da escrita.
Esteja onde estiver.
“A fuoco”, Ludovico Einaudi e “The way you look tonight”, Frank Sinatra.
Por razões diferentes.
Mas a mesma quantidade absurda de justaposições, ideias e sentidos.
Assustador.
“A fuoco”, Ludovico Einaudi e “The way you look tonight”, Frank Sinatra.
Por razões diferentes.
Mas a mesma quantidade absurda de justaposições, ideias e sentidos.
Assustador.
e eu gosto estupidamente disso.
gosto estupidamente de tralha.
daquela que não serve para coisa nenhuma na maior parte dos dias.
mas depois há um dia em que serve. serve e muito.
gosto estupidamente de coisas que não servem para nada na maior parte dos dias.
mas depois há um dia em que servem. servem e muito.
e eu gosto estupidamente disso.
ideias que se somem
Tenho que começar a dormir com um caderno e uma caneta.
Há ideias que tenho quando estou prestes a adormecer e que depois se escapam.
Podiam ficar arrumadinhas nas estrelas do teto ou numa janelinha do vinil.
Mas não. Somem-se para parte incerta.
Não sei algum dia voltam.
Porque será que esta frase é recorrente, nos últimos tempos da minha vida?
Há ideias que tenho quando estou prestes a adormecer e que depois se escapam.
Podiam ficar arrumadinhas nas estrelas do teto ou numa janelinha do vinil.
Mas não. Somem-se para parte incerta.
Não sei algum dia voltam.
Porque será que esta frase é recorrente, nos últimos tempos da minha vida?
tom waits & arrepios
Descobri que a música “somewhere” cantada pelo Tom Waits me arrepia até ao infinito.
Bom saber que ainda há coisas que me arrepiam.
Espero que assim seja até ser velhinha.
Bom saber que ainda há coisas que me arrepiam.
Espero que assim seja até ser velhinha.
18/02/13
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