phot. by brooke shaden
Enquanto escrevia, uma árvore começou a penetrar-me lentamente a mão direita.
A noite chegava com seus antiquíssimos mantos; a árvore ia crescendo,
escolhendo para domínio as águas mais espessas do meu corpo.
Era realmente eu, este homem sem desejos doutro corpo estendido ao lado?
Já não me lembro, passava os dias a dormir à sombra daquela árvore,
era o último verão.
Às vezes sentia passar o vento, e pedia apenas uma pátria,
uma pátria pequena e limpa como a palma da mão.
Isso pedia; como se tivesse sede.
Eugénio de andrade
2 comentários:
Neste vale de lágrimas
os pássaros não deixam de cantar
Os pássaros cantam sempre...
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