01/04/16
a estante dos amores
Passou grande parte da vida a misturar amores.
Punha tudo no mesmo saco: pessoas, família, sobremesas, viagens, livros, perfumes, filmes, animais, flores, paredes e batons.
Um dia alguém lhe explicou que na vida, às vezes, é preciso arrumar, literalmente, as coisas; desarrumá-las, mexer-lhes, ouvir-lhes a voz surda, demorar-se nelas e aí sim, catalogá-las e arrumá-las nos seus devidos lugares.
Deu-lhe uma trabalheira danada. Houve coisas que lhe gritaram não querer sair do seu lugar. Houve coisas que se zangaram com ela e lhe voltaram as costas.
Houve algumas que simplesmente se deixaram ir, sem qualquer intento de regressar.
E depois houve aquelas que lhe beijaram as mãos e lhe deram abraços sentidos e com ela entoaram cantigas-de-bem-viver. Simplesmente porque mudaram de sítio e passaram a estar mais serenas e vocacionadas. Passaram a respirar melhor e a fazer menos esforços. Passaram a perfilar-se, vaidosas, em estantes iluminadas e frescas. Contentes por poderem ser revisitadas e apreciadas.
Hoje em dia coleciona amores robustos, ordeiros, elegantes e parceiros.
E, sobretudo, muito bem arrumados.
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4 comentários:
Brutal, como me revi... também eu um dia tive que revirar as prioridades :)
Um beijo e feliz fim de semana
Por vezes é difícil fazer escolhas e vão-se acumulando as coisas. Até que a arrumação se torna inevitável. :)
É triste ter que assumir isto, mas devo confessar que por vezes tenho dificuldades em ler-te nas entre-linhas, mas que a tua escrita me fascina, também é verdade!
Um beijinho e boa semana!
É bom quando isso acontece, Cristina :) ficamos mais críticos...
Mesmo, Luísa, às vezes não há como fugir!
Obrigada, Jorge. Boa semana :)
Beijinhos a todos
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