phot. Witalis Szołtys
Não se sabe bem o que espera. Sabe-se, contudo, que espera qualquer coisa.
Pode ser uma nuvem, pode ser só um vestido novo.
Põe-se assim naquela posição, todos os dias. Com aquela luz, a fazer aquela sombra.
Sabe que é bela. Sabe que a espiam. Sabe que interpretam.
Ela, não sabe nada de ninguém.
De si só sabe o súbito das posturas e o desajeitado das palavras ditas.
Por dentro não. Por dentro escreve o belo e o literário; exemplares de criteriosa semântica.
Pequenos regalos de pura literatura.
Há quem diga que cheira a vírgulas. Há quem lhe encontre, nos olhos, reticências.
Porém, nunca ninguém lhe provou a gramática dos lábios.
5 comentários:
Será demasiado selectiva?
:))
E ela que é vista, vive de acordo com a sua gramática interior ou deixa-se encandear pelo reflexo que os olhos alheios lhe devolvem?
Um excelente texto, Laura. Gostei muito!
Um beijinho :)
:)
Bonito Laura, muito :)
Maravilhoso. Amei demais. Beijos com carinho
obrigada a todos :)
beijinhos
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