o facto, entre muitos outros, de a minha não me ter deixado, em criança, usar cabelo comprido e mexer nos seus brincos, fez com que, e ainda bem que fez, eu tivesse de
em conjunto com as irmãs e primas usar da cabeça para arquitetar alternativas
e as alternativas que arquitetamos ainda hoje me dão vontade de brincar tardes fora
sem freio, sem horas.
então: instalávamos nas cabeças pequenas, grandes panos compridos, finos ou volumosos (conforme o cabelo que quiséssemos vestir naquele dia)
e nas orelhas miúdas, delicados brincos-de-princesa a fazer de brincos.
a saudade dessas tardes idas vem-me à pele numa toada radiante, completa
com cheiro a leite com chocolate, e pão com marmelada feita em casa
com a música do vento a entrelaçar os verdes do quintal entre os dedos finos
com a visão (conjunta) de um futuro onde não há silêncios, preocupações, más noticias, desilusões
e chuva no mês de Junho.
Katsuta Mako
8 comentários:
Eu usava toalhas e punha cerejas! :D
Adorava os meus cabelos compridos de faz-de-conta.
Acho tão bonita a forma como descreves a tua infância. Faz-me sonhar. :)
:)
Os brincos fazia como a Carla com cerejas
Está ternurenta estavtua descrição :)
Laura, como eu gostei deste texto... Fazia o mesmo com os brincos de princesa do quintal. :)
Beijo
Carla, eu também cheguei a usar toalhas :)
Castiel, a minha infância de alguma forma foi mágica.
deixou-me marcas absolutas e irreversíveis.
beijo grande
VZd4, era um quintal lindo.
as flores e os arbustos e as árvores eram uma grande família...
beijinho
Isabel, que bom que gostaste.
sabes, nunca tive brincos tão bonitos e originais como esses...
beijo
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