phot. Bob Sala
ontem senti tantas coisas.
o fumo dos incêndios. o sol numa bola de fogo a desmaiar num céu cansado.
a inquietude da natureza e o silêncio dos que estão ameaçados.
a vitória da nossa atleta, nos jogos olímpicos.
os barulhos nocturnos das casas dos vizinhos; já conheço alguns desses barulhos, já me são familiares: talheres, tosse, pigarrear, latir, correr, encostar, empurrar.
conheço e sinto os verbos do meu prédio materializados nos meus vizinhos.
senti tudo, muito, muito sentido, muito na pele e nos sentidos.
que a minha pele e os meus sentidos têm destas coisas.
ontem senti muitas coisas.
e adormeci a sentir os nossos pés num refastelar longo de paz
e familiaridade.
2 comentários:
Às vezes a informação é tanta e a nossa desnecessária pressa tão crescente (a pressa é sempre desnecessária), que nos esquecemos de sentir.
Ainda bem que não te deixas levar.
Beijo, Laura!
Às vezes é difícil não ir com as coisas todas, Isabel.
Beijo
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