19/04/17
emocionalmente brasileiramente
Há artistas que para mim são como se fossem família porque me foram sempre próximos, desde que me lembro de mim.
Não sei onde ouvi o Roberto Carlos pela primeira vez mas foi decerto numa das primeiras vezes que ouvi música, talvez a par com os “Óculos de Sol”.
Sei que veio, a música dele – um disco de vinil - na mão do meu tio do Brasil, o Sr. Bordalo, como lhe chamavam, metido numa mala elegante no meio de camisas de linho, sapatos impecáveis, fatos de corte clássico e pozinhos de bom gosto a entremear essas coisas todas.
Sei que foi dado, o disco de vinil, a um dos meus irmãos. Mas como acontecia com todos os discos de música brasileira que ele trazia (e foram muitos e muito antes de se ouvirem cá), eu abarbatava-me a eles à cara podre e achava que eram meus e deles e dos que os cantavam sabia acordes, refrões, inflexões, manias.
Arranjava uma música para cada estado de espírito, para cada dia; pintava com elas – as músicas – a alegria, a solidão, os trabalhos de casa, os lanches no quintal, os minutos antes de adormecer, as viagens de carro, as conversas com as bonecas, as histórias inventadas e escritas na parte de trás dos papéis / guias de próteses dentárias do meu pai. O primeiro rímel, o primeiro beijo na boca, o primeiro desgosto de amor, o primeiro livro.
A música brasileira foi-me e é-me muitíssimo mais do que apenas música.
A música brasileira povoou a minha vida desde que me lembro das suas coisas mais bonitas.
Por isso é que deixou de ser música para passar a ser respiração.
Por isso é que exulto quando vejo um dos seus Grandes.
No dia 24 de abril vou meter-me, pequenina, nas horas de música que vou ouvir.
No dia 24 de abril o Roberto Carlos vai levar-me, nas suas canções, a fazer uma das viagens que mais gosto:
A música, eu, o Brasil, pequena, Grande, vida
Emoções.
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14 comentários:
Roberto Carlos é daqueles cantores que - mesmo sabendo parte do reportório, por imposição das infinitas passagens dos vinil da minha mãe - não me entra, nem este, nem o Iglésias (deve ser um qualquer trauma de infância). :D :D :D
Era para eu estar nesse dia ao teu lado, mas, caramba, é tudo em Abril?! Páscoa anos almoço...
Kis :=}
Adoro a musicalidade dos brasileiros temperada daquela doçura que deve queimar a pele com o sol lá deles, adoro como até o que é mau vira bonito, vira calor... mas Roberto Carlos não está entre os meus eleitos, já o Caetano é uma perdição e sei que vai estar em Lisboa, eu é que não me parece que vá lá estar...
Confesso que não ouço muito, mas tem músicas bonitas!
r: Verdade :)
Faz-me lembrar dos domingos à tarde na rua da frente da casa das minhas primas, elas moças casadoiras, eu ainda criança, o gira-discos a tocar... E há sempre aquela música do calhambeque e a outra que só quer que o aqueçam no inverno e que tudo o mais vá pró inferno... :))
vou estar lá com a minha mãe. foi o presente de natal que lhe dei. todos os dias fala disso :)
Tenho uma costela brasileira e já quase metade da família lá, embora admire mais o Chico Buarque -o meu eleito entre os eleitos-também aprecio o Roberto Carlos, acho que tem algumas músicas que ficarão para sempre na história. Mas deve ser a Norte...bom concerto!
~CC~
Ricardo, é uma questão de gosto :)
(O Iglésias não gosto tanto, não)
Avó Gi, bem que podias ter vindo :)
Olvido, o Caetano também adoro.
Também vai estar no Porto, mais uma vez. Já o vi 3 :)
Andreia, as músicas antigas são maravilhosas :)
os álbuns dos anos 60
Luísa, e tantas outras a rolar no gira-discos, sim :)
Ana, então eu estou como a tua mãe :)
CC, o Chico também é um dos meus Grandes.
Costumo dizer isso, que tenho uma costela brasileira :)
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