20/09/19
19/09/19
o projeto novo da minha vida
ter uma casa renovada.
vou brincar ao "querido mudei a casa" e tenho borboletas na barriga.
mas estou feliz.
vou brincar ao "querido mudei a casa" e tenho borboletas na barriga.
mas estou feliz.
as minhas viagens - estação do oriente
Uma rapariga com unhas de noiva: rosa muito rosa-pálido-noiva.
Uma blusa numa mulher madura a ondular ao vento.
Um casal jovem de namoro jovem a apertar-se num abraço antigo.
Uma rapariga de pés para dentro a escrever com os polegares.
Uma rapariga com ar de rapaz com cabelo de duas cores, mochila às costas e sandálias com muitos quilómetros.
Um homem gordicho de buço suado e bigode espalhafatoso.
Um grupo de espanhóis de meia idade com t shirt de Portugal a tirar selfies “agora tudo a rir depois tudo de braço no ar depois tudo a tossir”.
Uma mulher angulosa, recta, magra e minimal, de ombros imponentes e carteira Prada.
Várias senhoras chinesas de máscara e pés para dentro e gémeos salientes.
Um casal com ar de “nunca mais vais já devias era ter ido”.
E eu. A olhar para eles.
Entretanto chega o comboio. “Vou ter sossego e quem sabe até dormir”.
Entro na carruagem conforto, procuro o meu lugar já com um olho meio fechado e um sorriso meio de lado, de satisfação.
Quando chego ao lugar deve parecer que tive um ataque de caspa.
Lugar com mesa ao centro. E nos 3 lugares que me esperam uma família de japoneses. Ela de olhos tortos e sorriso cheio de dentes. Ele cara redonda mais redonda que uma bola, não se cala, não se cala e uma criança japonesa que quando me vê grita.
Quase grito também.
Estou a escrever isto sentada no meu lugar e ainda não se calaram. Não vão calar.
Vão a falar e a gritar até Coimbra B e depois Aveiro e depois Porto.
Mas também se não estivessem aqui eu não estaria a escrever sobre eles.
Assim seja.
Uma blusa numa mulher madura a ondular ao vento.
Um casal jovem de namoro jovem a apertar-se num abraço antigo.
Uma rapariga de pés para dentro a escrever com os polegares.
Uma rapariga com ar de rapaz com cabelo de duas cores, mochila às costas e sandálias com muitos quilómetros.
Um homem gordicho de buço suado e bigode espalhafatoso.
Um grupo de espanhóis de meia idade com t shirt de Portugal a tirar selfies “agora tudo a rir depois tudo de braço no ar depois tudo a tossir”.
Uma mulher angulosa, recta, magra e minimal, de ombros imponentes e carteira Prada.
Várias senhoras chinesas de máscara e pés para dentro e gémeos salientes.
Um casal com ar de “nunca mais vais já devias era ter ido”.
E eu. A olhar para eles.
Entretanto chega o comboio. “Vou ter sossego e quem sabe até dormir”.
Entro na carruagem conforto, procuro o meu lugar já com um olho meio fechado e um sorriso meio de lado, de satisfação.
Quando chego ao lugar deve parecer que tive um ataque de caspa.
Lugar com mesa ao centro. E nos 3 lugares que me esperam uma família de japoneses. Ela de olhos tortos e sorriso cheio de dentes. Ele cara redonda mais redonda que uma bola, não se cala, não se cala e uma criança japonesa que quando me vê grita.
Quase grito também.
Estou a escrever isto sentada no meu lugar e ainda não se calaram. Não vão calar.
Vão a falar e a gritar até Coimbra B e depois Aveiro e depois Porto.
Mas também se não estivessem aqui eu não estaria a escrever sobre eles.
Assim seja.
13/09/19
considerandos de sexta
não tenho nada contra os franceses,
mas gosto incomensuravelmente mais de pescadinhas com rabo na boca e selada russa.
11/09/19
10/09/19
06/09/19
05/09/19
à beirinha da língua, num vai e vem irritante
Passei o dia
com uma palavrinha à beira, beirinha da língua.
A querer
saltar e transformar-se em som, palavra, frase.
Não saltou,
não se transformou. Foi e veio e riu-se de mim porque várias vezes a quis
agarrar.
Seduzi-a, em
tentativas, com piscadelas, perfume, até um dança maluca, em frente ao espelho.
Nada. Não
quis nada comigo.
Não hoje.
Pode ser que
amanhã volte transmutada em conto, ideia ou prólogo de romance.
Hoje, não
lhe ligo mais.
03/09/19
a minha borracha
Tenho
manias. Uma caneta específica para escrever na agenda pessoal. Um lápis
específico para apontar as séries. Uma caneta específica de cor específica para
apontar coisas que especificamente vou colecionando.
E depois
tenho esta borracha. Há anos.
Começou
linda, branquinha e retilínea. Já apagou milhares de coisas. De contas a
romances, de segredos a desapontamentos, de combinações a disparates profícuos.
É pequenina
e rombuda. Ainda se lê o “g” do “rotring”.
Tem marcas
escuras como têm marcas as minhas mãos. Eu digo que são da idade.
Acompanha-me
todos os dias. No trabalho, no teatro, na saúde, na doença.
Podia ser a
minha-borracha-marido.
Ai de mim se
a perco.
Quando ficar
pequena, mas tão pequena que já não lhe consiga pegar para apagar nem que seja
em pensamento, colocá-la-ei junto dos meus apetrechos da escrita reformados e
pequeninos, inaptos para me acompanhar nestas lides, mas por quem nutro um amor
capaz de me fazer escrever poesia dois dias inteirinhos, sem comer.
02/09/19
política
e sobre as
pessoas que escrevem sobre a nossa política
e sobre a
nossa política que é mesma política
desde que me
lembro da politica,
mais gosto
de coxinhas de frango assadas no forno com arroz seco.
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