Tenho
manias. Uma caneta específica para escrever na agenda pessoal. Um lápis
específico para apontar as séries. Uma caneta específica de cor específica para
apontar coisas que especificamente vou colecionando.
E depois
tenho esta borracha. Há anos.
Começou
linda, branquinha e retilínea. Já apagou milhares de coisas. De contas a
romances, de segredos a desapontamentos, de combinações a disparates profícuos.
É pequenina
e rombuda. Ainda se lê o “g” do “rotring”.
Tem marcas
escuras como têm marcas as minhas mãos. Eu digo que são da idade.
Acompanha-me
todos os dias. No trabalho, no teatro, na saúde, na doença.
Podia ser a
minha-borracha-marido.
Ai de mim se
a perco.
Quando ficar
pequena, mas tão pequena que já não lhe consiga pegar para apagar nem que seja
em pensamento, colocá-la-ei junto dos meus apetrechos da escrita reformados e
pequeninos, inaptos para me acompanhar nestas lides, mas por quem nutro um amor
capaz de me fazer escrever poesia dois dias inteirinhos, sem comer.
3 comentários:
Também tenho pequenas manias como estas :)
É sinal de que estimas as tuas coisas, e isso é maravilhoso!
Tenho uma borracha dessas há anos. Quase duram uma vida inteira ou então somos nós que nos apegamos às coisas :)
Hoje, passo apenas para vos dizer, presente. Com calma, nos seguintes posts já deverá ser diferente! Agradeço a todos pela paciência que tiveram, em esperar por mim. OBRIGADA.
-
Estou de volta
Beijos e um excelente dia!
Enviar um comentário