Há coisas
nos meus dias que são iguais todos os dias.
Gosto que assim
seja, rego certas rotinas porque me sabem e fazem bem:
o beijo de
bom dia do meu amor, das minhas gatas e o pio pequenino do passarinho inho,
o iogurte do
Pingo Doce magro, com cereais,
o risco
preto dos olhos, o “porra” para o despertador,
os sons
familiares de uma casa a acordar
e um dos
meus sons preferidos da manhã:
a Rádio
Nova.
Desde ontem
que ando meia apardalada com uma música que lá ouvi: PZ, “olá”.
Tem um
qualquer efeito motor em mim: apetece-me dançá-la como se não houvesse amanhã,
numa dança um bocado idiota, assim tipo autómato-rap-tipo-cena-meia-contemporânea-tipo-teatral;
Ouvi-a ontem
e ouvi-a hoje a vir para o trabalho; mexeu-se-me imediatamente uma serie de
coisas no meu corpo: o pé, e mexer um pé enquanto se conduz não é coisa que dê
muito jeito,
Mexeu-se-me
também a cabeça, enquanto estava parada num semáforo, e os senhores automobilistas
ficaram com ar apardalado a olhar para mim, já que a minha cabeça se mexia
quase involuntariamente, para a frente e para trás, hirta, como se estivesse a bater
com ela no volante,
bem e isto já
para não falar da letra que no meu caso funciona como um perfeito
trava-línguas; o rapaz deve ter-se visto grego para dizer aquilo de forma tão veloz.
A música é simples,
minimal, a letra é simples e minimal e se calhar é por isso que funciona tão
bem. E o vídeo, o vídeo é simples, sem pretensões, eficaz, engraçado.
Pronto, tudo
isto para dizer que foi a Rádio Nova que me mostrou (mais esta) música.
Tudo isto
para dizer que gosto estupidamente desta música.
https://www.youtube.com/watch?v=AUjPcqDeigY