Parabéns Teatro querido:
O meu Teatro, o nosso Teatro,
o Teatro que me ensinaram os grandes,
e os primeiros pequenos, que me levaram para o Teatro.
Tu que me ensinas tanto e me espantas mais ainda.
Tu que és dos casos mais sérios da minha vida,
Parabéns a nós, que o fazemos porque queremos e o fazemos, acima de tudo, com verdade.
(estou quase de volta, por inteiro.)
27/03/18
08/03/18
mulheres
Quando penso
neste meu fascínio pelo universo feminino não sei se comece pelas avós, uma
alta a outra baixa, as duas emperiquitadas, com manias singulares, mulheres
fortíssimas,
se pelas senhoras engalanadas com batom rosa e sombra azul bebé que se passeavam com os fatos chiques, na esplanada de Espinho,
se pelas vendedoras da feira de São Mateus e da feira de Espinho que apregoavam com voz de homem e guardavam o dinheiro no bolso do avental,
se pela minha professora primária (que me ensinou o que uma mulher não deve ser),
se pelas ondas que eu e as mulheres da família herdámos nos cabelos,
se pelas empregadas que falavam com esses, levavam tudo à frente, eram família e cheiram ainda hoje a coisas da infância,
se por aquela vizinha que visitava a minha avó Amélia e que se vestia de preto e estava sempre a fazer crochet,
se pelas rendas que herdei das mulheres da família e que hoje uso com vaidade em datas especiais,
se pelas camélias e pelas rosas da minha casa das Antas que me ensinaram a gostar de flores e achá-las gente,
se pelas gargalhadas jovens da minha mãe, os seus recortes de revistas e aquele armário onde ela guardava as relíquias,
se pelas conversas de gente da minha tia que faz o melhor arroz que conheço, que não pinta o cabelo e que tem mãos de mãe,
se pelas recordações que as minhas primas-irmãs escreveram na pele da minha vida,
se pelas conversas entre cigarros com a minha cunhada-irmã,
se pelo humor contagiante e a garra da minha sobrinha,
se pela harmonia que as minhas sobrinhas novas instalaram nas suas famílias,
se pelos tempos passados com as minhas irmãs, com chuva, sol, silêncio, carinho, sangue e pelas recordações boas que ainda hoje guardo e coleciono,
se pelas camadas de amizade que as minhas amigas me vão alojando nos dias, no mais bonito dos meus dias,
se pelas senhoras engalanadas com batom rosa e sombra azul bebé que se passeavam com os fatos chiques, na esplanada de Espinho,
se pelas vendedoras da feira de São Mateus e da feira de Espinho que apregoavam com voz de homem e guardavam o dinheiro no bolso do avental,
se pela minha professora primária (que me ensinou o que uma mulher não deve ser),
se pelas ondas que eu e as mulheres da família herdámos nos cabelos,
se pelas empregadas que falavam com esses, levavam tudo à frente, eram família e cheiram ainda hoje a coisas da infância,
se por aquela vizinha que visitava a minha avó Amélia e que se vestia de preto e estava sempre a fazer crochet,
se pelas rendas que herdei das mulheres da família e que hoje uso com vaidade em datas especiais,
se pelas camélias e pelas rosas da minha casa das Antas que me ensinaram a gostar de flores e achá-las gente,
se pelas gargalhadas jovens da minha mãe, os seus recortes de revistas e aquele armário onde ela guardava as relíquias,
se pelas conversas de gente da minha tia que faz o melhor arroz que conheço, que não pinta o cabelo e que tem mãos de mãe,
se pelas recordações que as minhas primas-irmãs escreveram na pele da minha vida,
se pelas conversas entre cigarros com a minha cunhada-irmã,
se pelo humor contagiante e a garra da minha sobrinha,
se pela harmonia que as minhas sobrinhas novas instalaram nas suas famílias,
se pelos tempos passados com as minhas irmãs, com chuva, sol, silêncio, carinho, sangue e pelas recordações boas que ainda hoje guardo e coleciono,
se pelas camadas de amizade que as minhas amigas me vão alojando nos dias, no mais bonito dos meus dias,
se pelas
mães das minhas amigas, se pelas mães todas,
se pelas histórias maravilhosas que as mulheres que sigo na Blogosfera me brindam quase todos os dias,
se pelas histórias maravilhosas que as mulheres que sigo na Blogosfera me brindam quase todos os dias,
se pela Rita
Lee se pela minha Aretha se pela Elis,
se pela filha que não tive mas que gostaria de ter tido,
se pela minha irmã mais velha que me abrigou e me abraça e me é mãe-e-tudo,
se por todas as mulheres que me passaram nas mãos em Teatro e quiseram comigo trilhar uma estrada de valores, arte e coragem,
se pelas colegas de trabalho que são tantas vezes família,
se pelas mulheres que conheci através do Teatro e que ficaram em palavras, abraços e canções,
se pelas mulheres que não conheço de rosto mas conheço de palavras, imagens e música,
se pela filha que não tive mas que gostaria de ter tido,
se pela minha irmã mais velha que me abrigou e me abraça e me é mãe-e-tudo,
se por todas as mulheres que me passaram nas mãos em Teatro e quiseram comigo trilhar uma estrada de valores, arte e coragem,
se pelas colegas de trabalho que são tantas vezes família,
se pelas mulheres que conheci através do Teatro e que ficaram em palavras, abraços e canções,
se pelas mulheres que não conheço de rosto mas conheço de palavras, imagens e música,
se pelas
minhas gatas que trato como filhas,
se pelas amigas que vejo pouco mas sinto muito,
se pela maré vaza da minha praia do Trafal,
se pelas mulheres que já têm mais idade e se escrevem com letra tão grande,
se pelas mulheres que li em livros e senti em quadros e degustei em música,
se pelas mulheres que dançaram e pintaram a manta e pintam os lábios,
se pelas mulheres que lutaram pelas outras mulheres,
se pelas mulheres que lutaram e lutam por causas nobre, cívicas e igualitárias,
se pelas mulheres em sofrimento,
se pelas mulheres com fome, com frio, com sede de paz,
se pelas mulheres assassinadas,
se pelas mulheres que fazem três coisas ao mesmo tempo,
se pelas mulheres que já não estão,
se pelas mulheres que escreveram história,
se pelas mulheres que se molham à chuva e pegam numa enxada,
se pelas mulheres que não sabem ler.
sei apenas que sim, que gosto (muito) destas mulheres todas.
se pelas amigas que vejo pouco mas sinto muito,
se pela maré vaza da minha praia do Trafal,
se pelas mulheres que já têm mais idade e se escrevem com letra tão grande,
se pelas mulheres que li em livros e senti em quadros e degustei em música,
se pelas mulheres que dançaram e pintaram a manta e pintam os lábios,
se pelas mulheres que lutaram pelas outras mulheres,
se pelas mulheres que lutaram e lutam por causas nobre, cívicas e igualitárias,
se pelas mulheres em sofrimento,
se pelas mulheres com fome, com frio, com sede de paz,
se pelas mulheres assassinadas,
se pelas mulheres que fazem três coisas ao mesmo tempo,
se pelas mulheres que já não estão,
se pelas mulheres que escreveram história,
se pelas mulheres que se molham à chuva e pegam numa enxada,
se pelas mulheres que não sabem ler.
sei apenas que sim, que gosto (muito) destas mulheres todas.
04/03/18
and the Oscar goes to...
Há coisas que mudamos, na vida,
não porque queremos mas porque a tal somos obrigados.
A vida e as obrigações e as responsabilidades
mudam-nos hábitos e ditam-nos regras.
Óscares. A noite dos Óscares.
Nos meus tempos de adolescente,
era uma noite em tudo similar, em termos de emoção, ao Festival Eurovisão da
Canção, aos dias em que recebia os LPs de MPB que o Sr. Bordalo me trazia do
Brasil ou ao primeiro dia de praia em que a pele respira sofregamente e se abre
para o sol.
Os Óscares eram um nadinha de
tudo isso e mais ainda: magia, luzes, holofotes, elegância, mulheres bonitas,
reconhecimento, eram uma coisa longínqua, que acontecia do outro lado do mundo,
acedível só a quem estivesse acordado toda a noite.
Eu estava. Primeiro, quando
estudava e depois, nos primeiros anos de trabalho. Metia férias para ver os
Óscares. Depois sentava-me no sofá de pijama e lá ficava, a cair de sono, com
sandes de vários andares para me tirar a larica, a torcer por este, por aquela,
a rir-me do outro e embasbacada, a olhar para todos.
Sei que hoje em dia esta coisa
dos Óscares é mais uma coisa de indústria, politica e lobbies do que de mérito.
Acredito que, em alguns casos, assim seja.
Mas rais me peniquem, não é que ainda
continuo a sentir aquela coisa no baixo ventre “da-noite-dos-Óscares”? Ainda me
delicio com os vestidos, as jóias, ainda faço apostas e roo uma unha porque
quero que ganhe este ou aquele.
Já não meto férias. Já não me
entulho de sandes de vários andares antes de ir dormir.
Mas, porra, a primeira coisa que
faço no dia seguinte (à noite dos Óscares) é ligar a rádio para saber como foi.
Há coisas que mudamos, na vida,
não porque queremos mas porque a tal somos obrigados.
Mas também há amores, na vida,
que são para sempre.
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